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Palácio Piratini recebe climatização para preservar acervo histórico

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Com 96 anos, o Palácio Piratini precisa, inevitavelmente, de cuidados
Com 96 anos, o Palácio Piratini precisa, inevitavelmente, de cuidados - Foto: Karine Viana/Palácio Piratini
Salão Alberto Pasqualini
Salão Alberto Pasqualini - Foto: Karine Viana/Palácio Piratini

É quase impossível circular pela Praça da Matriz, no centro histórico de Porto Alegre, e não reparar nele. O Palácio Piratini chama a atenção de quem passa pela rua e é um dos cartões postais da capital gaúcha. Mas a fachada do prédio, de estilo neoclássico, está longe de ser a única beleza da sede do Poder Executivo do Rio Grande do Sul.

Do lado de dentro, os jardins impecáveis, o mobiliário de época, as luminárias, a decoração e as pinturas do artista italiano Aldo Locatelli impressionam os visitantes. Preservar este acervo que ajuda a contar a história do Estado é uma das preocupações do governo. Com 96 anos, o Palácio Piratini precisa, inevitavelmente, de cuidados.

Por isso, está em andamento um trabalho importante: a implantação do sistema de climatização do segundo pavimento da Ala Governamental. É o andar onde ficam os principais salões: o Negrinho do Pastoreio e o Alberto Pasqualini, que diariamente recebem visitas, reuniões e grandes eventos, como lançamentos de programas estaduais e coletivas de imprensa. É também no segundo pavimento que fica o gabinete do governador.

Salão Negrinho do Pastoreio
Salão Negrinho do Pastoreio - Foto: Karine Viana/Palácio Piratini

Ao todo, o Piratini possui 23 murais de Aldo Locatelli, dos quais os principais ficam nos salões mais movimentados. O artista foi contratado em 1951 para pintar a história do estado nas paredes e nos forros do palácio. É um acervo precioso que acaba sofrendo com as variações de temperatura do Rio Grande do Sul.

De acordo com a arquiteta coordenadora do Palácio Piratini, Maria Clara Coelho Bassin, não é uma obra convencional e de fácil execução. "Devido às características da edificação e dos forros existentes, será instalada uma rede de dutos flexíveis, de baixo peso, para facilitar a montagem e não causar nenhum dano”, explicou. 

Os equipamentos serão instalados na cobertura da Ala Governamental. O sistema foi projetado para não descaracterizar os espaços e as fachadas. "Além de proporcionar uma temperatura agradável, a climatização é fundamental para a melhor preservação dos murais", completou. 

O projeto de climatização, que foi amplamente discutido e elaborado há alguns anos, foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A autorização é necessária porque o Palácio Piratini é um bem tombado nas esferas estadual e federal.

A obra não vai impactar os cofres do Estado já que foi contemplada pela Lei Rouanet, também conhecida como Lei de Incentivo à Cultura. Na prática, é uma política de incentivos fiscais: o Ministério da Cultura autoriza que o proponente (autor do projeto) busque recursos junto a pessoas físicas ou jurídicas. Assim, o valor que cidadãos e empresas pagariam em impostos para o governo federal vai para projetos culturais. 

No caso específico, o proponente cultural e responsável pela captação de recursos é o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, que assinou um protocolo de intenções com o governo do Estado. O valor é de R$ 2.011.834,25 e foi captado junto ao Banrisul, que patrocina o projeto.

O trabalho está sendo executado pela empresa Arquium Construções e Restauro Ltda. Começou em outubro e deve durar 180 dias. Para acompanhar e fiscalizar a obra, foi instituída uma comissão técnica, composta por representantes dos seguintes órgãos: Casa Civil, Gabinete do Governador, Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação e Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Também fazem parte, como membros convidados, o Instituto Histórico e Geográfico/RS e o IPHAN.

Texto: Vanessa Felippe
Edição: Léa Aragón/ Secom

 

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