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Estado divulga estratégias para a produção de hidrogênio verde

Combustível poderá acrescentar cerca de R$ 60 bilhões ao PIB gaúcho e gerar 41 mil novos empregos até 2040

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Leite destacou que investimento em hidrogênio verde representa possibilidade de cumprir compromisso com a causa ambiental - Foto: Gustavo Mansur / Secom

O governo do Estado divulgou, nesta quinta-feira (16/2), as estratégias que serão adotadas para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul. O lançamento das medidas ocorreu no Instituto Ling, em Porto Alegre, com a presença do governador Eduardo Leite, do chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann. Até 2040, o combustível poderá proporcionar ao Estado um avanço de R$ 62 bilhões no PIB e 41 mil empregos.

No evento, foi apresentado o relatório final produzido pela empresa de consultoria McKinsey & Company (dos EUA), contratada para estudar as perspectivas do mercado de hidrogênio verde no Estado. A empresa elaborou um plano detalhado para o desenvolvimento econômico do setor, constatando a potencialidade do Rio Grande do Sul.

Ao longo de quatro meses, a consultora levantou dados, entrevistou executivos e especialistas de mercado, mapeou os aspectos distintivos do Estado, as demandas interna e externa, os impactos econômicos e os benefícios resultantes do desenvolvimento da cadeia, como a redução de impactos ambientais. Após essas análises, a McKinsey estruturou as diretrizes para a implementação do hidrogênio verde no Estado.

O governador Leite destacou que o estudo da McKinsey respalda a capacidade do Estado para a produção de hidrogênio verde. “Agora, contamos com um estudo técnico e robusto que comprova nossas condições para desenvolver essa cadeia, propiciando que investidores apostem no Rio Grande do Sul como sede de uma planta de geração de hidrogênio verde”, afirmou.

Hidrogênio verde
"Nosso Estado tem grande potencial para desenvolver essa cadeia e ser líder no país", disse o secretário Artur Lemos - Foto: Nabor Goulart / Ascom Casa Civil

O governador falou ainda sobre os resultados que poderão ser gerados. “Com o nosso potencial de energia eólica e solar, temos uma nova oportunidade de geração de riqueza no Estado a partir da produção de hidrogênio verde. Além de cumprir o compromisso com a causa ambiental, esse recurso abre uma nova oportunidade econômica”, avaliou. “Os efeitos do estudo beneficiarão toda a sociedade gaúcha. O hidrogênio verde vai movimentar a economia e gerar emprego e renda.”

No setor produtivo local, o hidrogênio verde poderá ser usado como matéria-prima em refinarias, no transporte rodoviário, ferroviário e marítimo, em carros de passageiros, na produção de fertilizantes e no aquecimento industrial, entre outras aplicações.

Algumas dessas aplicações podem atuar como chave para o desenvolvimento da cadeia no Estado, a exemplo do uso em refinarias, o aquecimento industrial e o transporte rodoviário, com foco em caminhões. Conforme o estudo da McKinsey, a demanda de hidrogênio verde poderá chegar a 2,8 milhões de toneladas em 2040.

A secretária Marjorie reforçou os diferenciais competitivos do Estado. ”Temos as energias renováveis: mais de 100 gigawatts de energia eólica e solar mapeados. Temos locais propícios, como é o caso do porto do Rio Grande, que tem infraestrutura e logística apropriadas, além de outros locais que também apresentam essa aptidão. E temos também a vontade política de desenvolver a cadeia produtiva”, enfatizou.

O nosso Estado tem, sim, um grande potencial para desenvolver essa cadeia e ser líder no país, disse o secretário Artur Lemos

O secretário da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, comentou a possibilidade de o Estado se tornar líder na produção do combustível no Brasil. “Os estudos da consultoria McKinsey demonstram que o nosso Estado tem, sim, um grande potencial para desenvolver essa cadeia e ser líder no país, com um diferencial: temos mercado interno para suportar o início da produção e, depois, poderemos buscar o mercado externo”, destacou.

O Rio Grande do Sul reúne diversas vantagens para a produção do H?V, como a alta capacidade de produção de energia eólica e solar e a sua infraestrutura logística. Atualmente, 82% da matriz de energia elétrica é renovável, e a estrutura portuária é propícia para facilitar o escoamento da produção, devido à posição estratégica e privilegiada e à sinergia com diversas cadeias produtivas.

Ainda no lançamento do estudo foi assinado um acordo de cooperação entre o governo e a prefeitura de Rio Grande, onde fica o porto que é o maior distrito industrial do Estado, para a efetivação de ações que priorizem a transição energética e o plano de descarbonização.

O evento contou, ainda, com apresentações de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do fundo de investimento Sumitomo Corp Americas e das empresas Neoenergia, Enerfín e White Martins, que firmaram parcerias com o governo para realizar estudos ou implementar projetos relacionados ao hidrogênio verde.

Também estiveram presentes os secretários de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo; de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp; e de Comunicação, Tânia Moreira; além do presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Renato Chagas; o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger; o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco; e representantes do Poder Legislativo e do Ministério Público Estadual, entre outras autoridades.

Aplicação

O hidrogênio verde consiste no hidrogênio gerado por energia renovável, sendo um energético com vasta aplicabilidade e cuja produção não libera gases de efeito estufa, como o gás carbônico. Uma das principais fontes de hidrogênio verde é a eletrólise da água, ou seja, a divisão da molécula de água em hidrogênio e oxigênio (O?). Quando a eletricidade usada na “quebra” vem de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar, tem-se o hidrogênio verde.

Também chamado de hidrogênio limpo, hidrogênio sustentável ou hidrogênio de baixo carbono, o combustível é visto como alternativa aos fósseis, sendo a grande aposta para a transição energética e a descarbonização da economia gaúcha.

O Estado está pautado em uma agenda sustentável, tendo assumindo o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 e de neutralizá-las até 2050. A McKinsey projeta que, em 2040, o uso de hidrogênio verde pode reduzir as emissões de CO? no Rio Grande do Sul em até 8,4 megatoneladas, com maior impacto no transporte rodoviário.

Texto: Juliana Dias/Secom
Edição: Felipe Borges/Secom

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