Os medalhistas gaúchos dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017 foram homenageados na manhã desta terça-feira (23), no Palácio Piratini. Os paratletas Jonatan Felipe (ouro no Futebol de 5), Luíza Oliano (ouro no judô), Anderson Wassian (prata no judô) e Alexandre Barbosa (bronze na natação) receberam a Medalha João Saldanha. A cerimônia contou com audiodescrição e tradução para Libras.

"A maior riqueza do Rio Grande do Sul é o capital humano. A entrega da Medalha João Saldanha tem grande significado perante a sociedade: reconhecer quem representou o Estado com dedicação e venceu limitações. Reconhecer quem não olhou as dificuldades, mas mirou no desafio e alcançou a vitória. Esse é o ensinamento de vocês para todos nós", afirmou o governador José Ivo Sartori.

O governador frisou que superação e coragem são as marcas do gaúcho. "Nós, no Estado, também enfrentamos situações difíceis. Estamos num momento de travessia. Mas temos perseverança, como esses jovens atletas. Nunca nos faltará esperança para trabalhar no hoje por um futuro diferente. Porque o nosso futuro é o Rio Grande do Sul", enfatizou.

Os paratletas se destacaram nos Jogos Parapan- Americanos de Jovens 2017, ocorridos em São Paulo, entre os dias 20 e 25 de março. Mais de 800 adolescentes entre 13 a 20 anos, de 19 países, participaram da competição. A delegação brasileira foi a grande vitoriosa dos jogos. A equipe conquistou 139 medalhas (66 de ouro, 41 de prata e 32 de bronze). Foram disputadas 12 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.

A medalhista de ouro no Judô, Luíza Oliano, 20 anos, afirmou que a homenagem é um reconhecimento pelo "nosso trabalho e nosso esforço". Para Luíza, foi muito importante estar competindo nos Jogos Parapan-Americanos, representando o estado e o país. "E foi muito bom ganhar a medalha. Agora é trabalhar para chegar aos jogos de Tóquio, em 2020", comemorou.

O secretário da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo, afirmou que as políticas dedicadas ao paraesporto no Rio Grande do Sul seguem, apesar das dificuldades financeiras por que passa o Estado. "Mantivemos as competições e atividades organizadas pela Secretaria. Como resultado, tivemos um número recorde de medalhas nos jogos nacionais de 2016. E este ano, seguiremos o mesmo caminho", disse Victor Hugo.

A secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos, Maria Helena Sartori, ressaltou que a Secretaria busca a construção de um Estado com mais acessibilidade e inclusão e a inserção das pessoas com deficiência. "Saibam que vocês (paratletas), servem de exemplo para toda a sociedade pela superação, força, garra, confiança, fé e perseverança demonstradas não somente nos jogos, mas também a cada dia", afirmou. Maria Helena disse ainda que o governo aguarda a conclusão do processo de fusão das secretarias para encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de lei que faz a revisão da legislação para pessoas com deficiência.

O presidente da Faders Acessibilidade e Inclusão, Roque Bakof, falou que o ato reconhece o esforço e a superação dos paratletas, e que os seus exemplos sirvam como referência para as pessoas com deficiência, os familiares e a sociedade. "A prática de esportes (paradesporto) é caminho para a inclusão, a afirmação da autonomia, a convivência e a socialização, contribuindo para a qualidade de vida das Pessoas com Deficiência", afirmou.
  
Medalha João Saldanha

A Medalha João Saldanha foi criada em 2007 e homenageia pessoas físicas ou jurídicas que tenham se distinguido por relevante atuação em prol das atividades desportivas, individuais ou coletivas, com gloriosa classificação em eventos nacionais ou internacionais, ou no campo do jornalismo desportivo.

João Saldanha, gaúcho de Alegrete, atuou profissionalmente como jogador e técnico do Botafogo do Rio de Janeiro, mas abandonou a carreira e se graduou em Jornalismo. Ele se tornou um dos mais destacados cronistas esportivos brasileiros. Como técnico de futebol, levou a seleção brasileira à classificação da Copa do Mundo de 1970.


Texto: Mirella Poyastro
Edição: Denise Camargo/Secom